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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Após briga por causa das eleições, homem é morto com seis tiros no RN

Crime aconteceu nesta segunda (27) na cidade de São Francisco do Oeste.
Sobrinha da vítima conta que o tio foi baleado após defender primo.

Anderson BarbosaDo G1 RN
Uma discussão por causa do resultado das eleições terminou na morte de um homem em São Francisco do Oeste, município da região Oeste potiguar. A vítima, Francisco Emanoel da Silva, de 40 anos, levou seis tiros. O crime aconteceu no final da tarde desta segunda-feira (27) em um bar da cidade. Ele ainda foi socorrido, mas morreu a caminho do hospital. O autor dos disparos fugiu. A Polícia Militar afirma que já tem a identificação dele.
Ainda de acordo com a sobrinha, Francisco foi socorrido de ambulância para o Hospital Regional de Pau dos Ferros, que fica na mesma região. “Fizeram curativos nele para estancar o sangue e colocaram um aparelho para ele respirar. Depois, o Samu saiu com ele com destino a Natal, mas meu tio morreu no meio do caminho”, afirmou Andrecia.Andrecia Aquino, sobrinha da vítima, contou aoG1 que o tio foi baleado após se envolver na briga de um primo dele. “Estavam todos em um bar da cidade. Esse primo do meu tio começou a discutir política com um homem, até que os dois começaram a brigar. Meu tio quis separar os dois, mas acabou entrando na confusão e deu um murro no homem, que saiu do bar. O primo dele também foi embora, e meu tio ficou lá sozinho”, contou. “Depois o homem voltou armado e começou a atirar. Meu tio levou seis tiros. Dois foram na cabeça, outros dois no peito e mais dois nos braços ”, acrescentou.
A Polícia Militar ainda fez buscas na tentativa de encontrar o homem que atirou em Francisco, mas não conseguiu localizá-lo.
Andrecia disse que Francisco vivia com uma companheira, mas não tinha filhos e estava desempregado no momento.

Especialistas em segurança pública apontam desafios do futuro governador do RN

Ações emergenciais precisam ser realizadas, mas é fundamental investimentos na prevenção.

Por Thyago Macedo
Portal BO ouviu alguns especialistas em segurança pública no Rio Grande do Norte para saber o que eles esperam do novo governador eleito, Robinson Faria, para os próximos quatro anos. Todos ressaltaram a necessidade de investimentos para controlar e combater o avanço da criminalidade, inclusive, com políticas públicas voltadas para o social, impedindo o ingresso de crianças e adolescentes na marginalidade.
Cezar Alves
O primeiro passo para o novo Governo é ter a coragem de assumir politicamente que o atual modelo de gestão de segurança faliu em todos os termos. Passar a investir em educação de qualidade em escolas construídas em locais amplos e bem arborizados com equipamentos de esportes, bem como opções culturais, laboratórios de qualificação profissional em áreas diversas para que o garoto estude no horário da manhã e a tarde aprenda uma profissão, em um ambiente sadio.
Paralelo a isto, investir em políticas públicas que possibilite a reestruturação familiar para que os pais sentem à mesa para almoçar com os filhos.
Para enfrentar a tragédia do momento, de agora, ė preciso colocar os presos para trabalhar, fechando assim uma das principais faculdades de bandidos da atualidade.
Para reduzir assaltos e homicídios, o desafio deste governo será investir em Polícia Civil e Inquéritos Policiais para que os casos que já aconteceram sejam investigados e os bandidos presos. E que terminem punidos corretamente na forma da LEI.
Essa reestruturação passa essencialmente por construção de delegacias e prédios para ITEP.
Para todas estas saídas/desafios o Governo Federal dispõe de recursos, basta apenas o Governo do Estado e os municípios fazerem os projetos e trabalharem.
Os países que investiram no homem, na formação, vivem em paz. Cito Áustria, Noruega, Holanda, Finlândia, Suécia e, agora, a Nova Zelândia. Os países que seguiram o modelo americano de combate à violência estão em guerra: cito Honduras e México. Infelizmente, nosso Brasil está entrando no modelo americano, daí tantas mortes, 56 mil/ano, com destaque para o RN, BA, AL, MA.

 

Ivênio Hermes

Vivemos um grande problema no Estado que é o índice crescente de violência homicida. Acontece que o que chega à Segurança Pública é o rescaldo do que não foi feito adequadamente em outros campos. 
Priorizar a Segurança Pública é muito importante, mas para isso precisamos lembrar que é preciso investir em políticas públicas, para inclusão de jovens no primeiro emprego, reestruturação dos conselhos sociais, oferecendo cultura aos jovens e, claro, a educação.
Investindo nessas áreas, conseguiremos melhor a Segurança Pública, mas, prioritariamente, tem-se que combater a violência que já está em atuação e, para isso, é preciso reorganizar o Estado em termos de policiamento.
Defendo que seja feita uma unificação de áreas de atuação, entre a Polícia Civil e a Polícia Militar, para que possam trabalhar em conjunto.
Além disso, defendo que seja criada uma Delegacia de Homicídios efetiva e não igual a essa que está em exercício, para que ela possa atuar de maneira mais abrangente.
Devemos cuidar ainda, para que a transparência seja respeitada. Temos, inclusive, através de seminários e de comissões, conseguido a unificação do termo CVLI (classificação de Crimes Violentos Letais Intencionais), mas que ainda não teve prosseguimento porque o Ministério Público pediu vistas ao processo. Porém, acredito que se tivermos transparência poderemos direcionar melhor as políticas públicas de segurança para a resolução de problemas e o reestabelecimento da cultura de paz.

 

Raimundo Rolim
Espero que o novo governador priorize a área de Segurança Pública com políticas claras e objetivas, a exemplo do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que implantou o Pacto pela Vida, com relação aos índices alarmantes de homicídios que ocorriam naquele Estado, bem como, se reunia periodicamente com todas as autoridades incumbidas de administrar a Segurança Pública em cada região do Estado, dando-lhes condições estruturais e cobrando resultados com produtividade.
Espero ainda investimento em tecnologia e Inteligência policial, ação emergencial necessária a qualquer política pública de governo que pretenda enfrentar a criminalidade moderna, que está dominando no país e principalmente no RN.
É importante ainda a criação urgente da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa para combater a violência homicida que assola nosso Estado. O modelo atual é querer "tapar o sol com uma peneira". Não funciona e a prova está aí. Desestruturaram as Delegacias Especializadas e Distritais que já careciam de mais efetivos e retirando os policias conseguiram deixar a situação pior.
O efetivo atual da Polícia Civil do RN é insuficiente para atender a demanda, havendo a necessidade urgente de abertura de edital para concurso público e contratação de novos Delegados, Agentes e Escrivães. E, faz-se necessário ainda, em caráter de urgência, aquisição de equipamentos básicos para qualquer policial trabalhar, como pistolas, algemas e coletes balísticos. É inadmissível ver policiais nas Delegacias de Plantão utilizando revólveres e pistolas compradas com o próprio salário.