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Pereirão em Caicó após motim
O Sistema Penitenciário do Rio Grande do Norte vive mais uma vez dias de tensão e medo, após crimes registrados dentro das unidades prisionais de Alcaçuz, em Nísia Floresta, Cadeia Pública de Caraúbas, Presídio Pereirão, em Caicó, e Centro de Detenção Provisória Raimundo Nonato, na zona Norte de Natal. Em todos eles apenados foram executados por ordens de facções criminosas rivais.
Na tarde e noite desta segunda-feira, 24, motins foram registrados em Caicó, Caraúbas e Alcaçuz, onde um preso foi assassinado em Caicó. Os agentes informaram que o preso que pertencia ao Sindicato do Crime, teria sido taxado como ‘X9’, fofoqueiro, e por isso teria sido morto a golpes de faca pelos apenados do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Ontem, em Alcaçuz e Mario Negocio uma rápida movimentação foi registrada, mas não foi evoluída. Presos bateram nas grandes e por volta da meia noite parou.
Já no Pereirão os detentos foram contidos pela PM que evitou um conflito maior. Essa movimentação seguiu até umas 2:30h e parou. Desde as 4h um novo reforço policial já chegou a cidade. Não se tem registro de motins neste instante.
Série de rebeliões
Em Março deste ano, o Governo do Estado chegou a decretar estado de calamidade no sistema penitenciário após uma serie de motins e rebeliões e vários unidades prisionais em todo Estado.
Reforço da Força Nacional na Base Aérea de Natal (Foto: Invanízio Ramos/Assecom
Reforço da Força Nacional na Base Aérea de Natal
(Foto: Invanízio Ramos/Assecom
A Força Nacional foi enviada para tentar ajudar a coibir as fugas e manter a tranquilidade nos presídios da região metropolitana, mas não evitou fugas, como a desta semana onde seis fugiram do Presídio Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta. Cinco foram recapturados e um continua foragido.
O Governo do Estado chegou a divulgar e iniciar obras de recuperação de 16 unidades prisionais do Rio Grande do Norte, que foram depredadas por presos durante rebeliões em março, que devem custar o montante de R$ 15 milhões, segundo dados da Secretaria de Infraestrutura do Rio Grande do Norte.
Vilma Batista (Foto: Arquivo/Portal NoAr)
Vilma Batista (Foto: Arquivo/Portal NoAr)
A presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp), Vilma Batista, disse que a situação está cada dia pior e está ficando impossível de garantir a segurança. ““Antes, a gente não tinha muitas condições para trabalhar. Hoje, com a falta de infraestrutura, a situação ficou ainda pior. Temos hoje somente seis agentes penitenciários para cuidar de toda a Alcaçuz. Não vamos arriscar as nossas vidas para enfrentar estes presos que estão hoje lá dentro e são considerados bastante perigosos”, afirmou a presidente do Sindasp.
O Relatório divulgado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) apontou que as reformas já custaram aos cofres públicos o valor de R$ 4 milhões. As obras deverão ser concluídas até o mês de setembro e vão recuperar 2.000 vagas que foram depredadas com as ações dos presos rebelados.
Foto: Wellington Rocha
Foto: Wellington Rocha
O fim das rebeliões ocorreu após acordo durante reunião com o juiz da 12ª Vara Criminal de Natal, Henrique Baltazar Vilar dos Santos, integrantes do Ministério Público Estadual e da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A comissão ouviu cinco presos da penitenciária estadual de Alcaçuz, localizada em Nísia Floresta, região metropolitana de Natal, que reivindicaram melhorias nas estruturas dos presídios e celeridade nos processos.